Este foi o meu quinto ciclo e entrei em parafuso. Já tinha acontecido antes mas desta vez foi muito forte, chegeui a falar com a médica de que estava desisitindo do tratamento. Meu mal estar era tão grande quanto ao da minha internação o ano passado. E fiquei pensando até que ponto vale a pena passar por todo esse sofrimento, só vai aumentar minha expectativa de não recidiva em apenas 5% talvez 10%. É muito frustrante dormir 48hs, sentir dores musculares, cansaço e não poder participar mais ativamente da vida dos meus amores. Esta semana começaram as aulas do Gabi e só tive ânimo de levá-lo no primeiro dia (eu ainda não estava fazendo os remédios). Me sinto péssima de não poder estar mais próxima, cuidando do uniforme, merenda, mal olhei os temas dele. Segunda é a vez do Matheus, que acredito estarei um pouco mais animada, mas o que me derruba é a antecedencia dos meus pensamentos. Sei que na semana seguinte tem tudo denovo. Pensei que eu seria mais forte, dura na queda...era o que eu queria ser e mostrar. Mas esta é mais uma lição que teimo em não aprender. Eu preciso de ajuda. Não adianta eu querer ser auto-suficiente agora, não estou dando conta. Acho que é isso que mais me abala, eu querer mostrar que sou capaz de fazer tudo sozinha, de que nada mudou. Mudou sim, no momento não sou capaz de cuidar da minha família sozinha. A minha sorte é que tenho uma sogra espetacular (não é mentira, nem piada). Ela leva, busca, cuida dos guris, faz comidinhas saudávis pra nós, e principalmente pra mim. Vejo como a preocupação é dela é real, como se eu fosse filha dela mesmo. É muito tocante sentir esse amor.
Não garanto que minha decisão de desistir seja pra valer. Hoje já me sinto melhor fisicamente, e consequentemente, emocionalmente. Como diz minha oncologista, tive um pequeno vislumbre de como será quando tudo terminar e isso acabou por me fragilizar mais ainda, o tiro saiu pela culatra. Sabe quando a gente tem o gostinho de uma coisa que se quer muito e de repente essa coisa é tirada de você? Pois é, foi assim quando ela negou a quimio da outra semana por eu estar com o organismo muito fraco depois das infecções e virose da praia. Eu tive uma semana quase normal, eu estava quase normal. E depois fiquei muito mal...acho que esses extremos são muito cruéis. E outro ponto que faz pensar na minha fragilidade é o emocional. Nunca tive problemas par resolver a maioria dos meus problemas, mas este tá complicado, muito mais pesado do que eu imaginava. Fico curiosa pra saber como é que essas pessoas como Ex vice-presidente Alencar conseguem passar por tudo com uma serenidade e sorriso. Ou mesmo a Hebe, ou tantos outros que passaram por isso com muito mais sabedoria do que eu. Talvez me falte evolução espiritual, não sei. Vou ter que descobrir.
Peço desculpas por este post enorme, pesado, mas é um meio de eu aliviar minhas angustias e organizar meus pensamentos. Peço aos meus queridos amigos que pensem, orem, ou mandem energia, ou o que acreditarem, tenho metade do caminho a percorrer, e sinto que preciso de ajuda. E desde já agradeço por ela, enviando à vocês todo o meu carinho e gratidão.
Espero ter algum scrap pra mostrar, afinal, esse é um dos meus xodós. Vamos ver.
Muitos beijos e até.
Um comentário:
Não peça desculpas... Continue dividindo conosco tuas angústias medos e vitórias!!
Sempre que posso passo por aqui.
Beijokas, Aninha
Postar um comentário